segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Hibridização Teatral Encontro 20 de Fevereiro de 2017

Foram os voluntários, Caio Pereira, Sandra Chagas, Pedro Lopes e Mari.
Para esse encontro foi planejado o Treinamento Energético corporal, composto por Campo de Visão, Campo de Audição, repetição, Palavras Improvisadas, Sons Abstratos e Espelho. 
Separei os participantes em Duplas.
1. Pedro e Sandra:Aquecimento corporal/ Pesquisa corporal envolvendo beliscar, puxar, empurrar.
2. Caio e Mari: Aquecimento Corporal/ Pesquisa Corporal no chão.
1. Pedro e Sandra: Pesquisa corporal com Repetição- para cada movimento exercido por Sandra, Pedro deveria repeti- lo 5 vezes e logo depois seguiria para o primeiro movimento que a visse exercendo seguindo as sequencias de repetições;
2. Caio e Mari: Para cada movimento que Mari exercia, caio repetia 10 vezes;
1. Pedro e Sandra: Sandra começou a dar sons abstratos para os movimentos;
2. Caio começou a dar sons abstratos para os movimentos ao passo em que Mari repetia 10 vezes e durante essas 10 vezes ela seguia os sons seguindo a regra de começar em baixa frequência e ir aumentando conforme exercia a repetição.

1º ordem de Repetições: Pedro- Sandra- Caio- Mari
2º ordem de Repetições: Mari- Pedro- Sandra- Caio
Obs: Aspectos a serem trabalhados em Mari, em relação a expressões mais agressivas. Mari consegue segurar muito bem, mas agora é necessária a busca de expressões mais abstratas, algo que remeta quase à marionetes. 
O método de repetição como regra para movimento, determinando a série de repetições para cada um dos membros foi fundamental para o surgimento de recortes para a performance. O uso da frequência em conjunto com a expansão e volume dos sons que Mari repetia de Caio também funcionou. Ex: Sandra: Pihhh  e Mari: AHHH, enquanto parecia dançar no espaço. Houve um momento que considero como a explosão do momento de mari, em que detalhes, nuances emergiam da voz e movimentos que se repetiam. Lembrando que a repetição foi a alternância que decidi acrescentar como meio de sincronizar os resultados parciais entre o campo de visão e ação e reação. 
Movimentos Geométricos surgiram com bastante frequência. Durante a pesquisa de Pedro e Sandra, observei durante várias vezes a busca de equilibrio e resistência corporal que se compunha através de prancha, abdominal e flexão bem como também a linha invisível que parecia se formar enquanto Sandra caminhava alternando lentamente e minuciosamente seus passos um na frente do outro.
Regra de palavras improvisadas- As Regras foram escolhidas para Sandra e Mari. Algum tempo atrás Sandra comentou sobre fazer rimas e versos, que é algo que gosta muito, fiquei pensando num meio de utilizar esse dom e coloca- lo em teste, o que resultou num possível desdobramento muito potente, ao passo em que sandra realmente se focou em palavras repetidas ou obsoletas e por vezes teve de recorrer ao contexto no qual já está inserida, sobre o falar de preconceito, racismo, discriminação; Mari recorreu à música. Escolher mari para falar foi algo pensado minuciosamente. Um tempo atrás enquanto ensaiávamos para uma peça, Mari disse que não conseguia falar rápido, então acrescentei junto à regra o grito para cada vez que ela parasse de falar, Mari deixou surgir a reflexão sobre política, violência e existência.
Obs: Enquanto Sandra falava, tornava- se difícil seguir o campo de visão. Seria o caso de colocar palavras chaves para o surgimento de improvisos? Ou poderá ser uma questão de costume com a rima e movimentos condicionados pelo campo de visão? Houve um momento em que o campo de visão tornou- se quase um diálogo entre campo de visão e ação e reação. Sandra falava e tentava seguir Caio, mas Caio virava e Sandra demorava a receber o sinal de que deveria virar também, durante vários momentos foi visto Sandra e Caio de frente para o outro e Caio exercendo o gesto de indicação com o dedo para Sandra virar e ao compasso em que a mesma virava, seu corpo tentava reagir às palavras que surgiam, mas sempre gritávamos como meio de percepção, a contra regra para que ela lembrasse que não deveria parar de falar e não deveria se mexer quando Caio estivesse fora de seu campo. 
Houve momentos em que palavras e ações exercidas no campo de visão da dupla Mari e Sandra se complementaram, formando figuras não mais estranhas, mas propriamente "imagens que falavam sobre coisas".
O espelho entre Caio e Pedro mostrou a contraposição entre o rápido, grotesco e exagerado e o singelo, minucioso, e detalhado quase como uma pena que plainava conforme o vento soprava em várias direções.




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