terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Dando vida à Voz

Aula de Voz I

16 de Fevereiro de 2016

Olá queridos leitores! Hoje tive minha primeira aula de Voz, cuja experiência foi maravilhosa e libertadora do início ao fim. 
Em busca de entender melhor os métodos utilizados em aula, separei alguns artigos que podem servir para uma melhor aprendizagem e técnica. Então, vamos lá e boa leitura!

À respeito dos exercícios para aquecimento vocal, AYDOS  e HANAYAMA informam: 

Os exercícios de aquecimento vocal tem como principais objetivos: possibilitar correta coaptação das pregas vocais (...) permitir maior flexibilidade das pregas vocais para alongar e encurtar durante as variações de frequência, (...) dar mais intensidade e projeção à voz, proporcionar uma melhor articulação dos sons, reunindo melhores condições de produção vocal. (p. 83-84, 2004)
O que, em nosso curso, é de grande importância principalmente para àqueles que pretendem se aprofundar à atuação em palco. Exigindo o controle sobre a altura tonal da voz assim como sua intensidade para os mais variados papeis que vir a atuar sem machucar nossas cordas vocais.

Assim, deu- se início à aula, ficamos sentados como uma forma de procurar o relaxamento do corpo. Os métodos utilizados foram os seguintes:

  • Massagear o rosto para liberar a tensão;
  • Movimento giratório da língua no sentido horário e anti-horário;
  • Bocejos seguidos de movimentos para espreguiçar o corpo;
  • Na posição de meditação inspirávamos e deixávamos o som "humm" se propagar;
  • Método Si Fu Chi Pa , entre outros.
Os exercícios iniciais foram bem tranquilos e pareciam fluir em conjunto com a turma. Bem, até a posição de meditação eu não havia percebido o quanto ainda encontrava- me tensa. Enquanto a professora (R) começava a mexer meus ombros procurando fazer com que eu relaxasse, eu tentava ,em paralelo, fazer meu corpo obedecê- la. Ela disse: - o som ainda não está saindo alto (balançando- me mais). Eu imediatamente fechei os olhos e simplesmente liberei minha voz para que a mesma se deixasse propagar. E então ela falou, - agora sim. Procedendo no auxílio aos demais colegas.

 Ao fazer o método Si Fu Chi Pa, senti meu corpo trabalhando do abdômen para cima, à medida que dava os intervalos, liberando os sons, ele fazia uma pequena contração e parecia preparar- se para sugar uma grande quantidade de ar, percebi que assim as palavras fluíam melhor e que exercitava bastante minha laringe. A sensação foi tão boa que resolvi até pesquisar o assunto. E, imaginem só, há um artigo muto interessante explicando sua eficácia.
De acordo com GUBERFAIN, o método Beuttemuller ( Si Fu Chi Pa) trabalha a expressividade do ser humano, indissociando corpo e voz (p. 2, 2012). Ao comentar suas características, acrescenta que o [si-fu-chi-pa] é um exercício realizado com sons áfonos (“surdina”) (BEUTTENMÜLLER, 1995:88), com movimentos costoabdominais, de lábios e de língua. Glorinha explica a opção pelo uso das fricativas surdas porque são “sons que não conseguimos fazer para dentro, ou seja, não os fazemos cair na garganta” (1995: 88). Este exercício massageia as pregas vocais, pelos movimentos da laringe. A massagem, a elevação e o abaixamento da laringe acontecem devido às diferentes tensões concernentes à emissão das próprias consoantes: o /s/ é mais tenso, eleva a laringe; o /f/, mais suave, abaixa; o /x/ alarga e o /p/ funciona como um suspiro, relaxando completamente a laringe (p.3).
Bem interessante não é? Aconselho ler um pouco a respeito, eu li e estou exercitando também em casa. Posso sentir que esse treino com certeza me auxiliará a melhorar bastante na próxima aula. Deixarei as referências abaixo para quem sentir curiosidades.
O próximo passo foi mais intenso, as luzes foram apagadas e (R) pediu que formássemos as expressões vocais que fossem surgindo em nossas mentes, deixando- as fluirem livremente , e, se quiséssemos inclusive interpretar o que gerava tais sons, poderíamos ficar à vontade para fazê- los, como por exemplo, o som de alguém com medo. Repentinamente, as luzes se apagaram dando espaço aos nossos gemidos, gritos, risadas entre outros tantos sons que em conjunto parecia um manicômio e outras vezes um zoológico cheio de animais e criaturas estranhas. Foi uma experiência incrível, por vezes conseguia escutar os sons que emitia, num momento eu era um cachorro, depois era uma criança cochichando, ora gritando e por vezes fazendo o som de uma coruja; eram tantos sons que por vezes os meus se perdiam em meio aos demais, De repente a luz foi acesa e todos deram uma parada rindo um pouco e ainda cheios de adrenalina. A professora imediatamente falou- Não parem, por que pararam os sons?
Bem, não sei quanto aos meus colegas, mas no meu caso, estava numa sintonia com o pessoal e a luz acendeu remetendo- me à lembrança de que eu estava no estúdio com um monte de gente ao meu redor  e que não sabia se continuava ou não, é bem provável que a luz tenha me intimidado.
O exercício final foi para formarmos 4 expressões sonoras ou uma cena indicando um determinado acontecimento, com a opção de fazermos sozinhos ou formarmos duplas. No meu caso acabei por formar dupla com um colega no qual chamarei de (JP). Iniciamos as buscas pelos sons sendo num momento dois lobos uivando, depois alguém desesperado correndo em meio à multidão e gritando enquanto tenta conseguir chegar o mais perto possível de seu artista preferido, ou então alguém que vai andando tranquilamente em sua casa até que se depara com um inseto que lhe deixa em pânico, e por último uma cena de enjoo, após ver algo nojento extremamente nojento, como por exemplo, um animal morto. Para a encenação decidimos apresentar a cena do inseto: Uma mulher que estava em seu quarto tranquila mexendo no celular, ao escutar o marido chegar decide ir para perto dele, mas o interesse pelo que ver na celular é maior, deixando- a desatenta. Após uns instantes, escuta perto de seu ouvido algo parecido com o bater de asas de uma borboleta, então não liga muito. Logo depois, sente algo pousando em seu ombro, olhando devagar, percebe que é uma barata e então se desespera, sai correndo e gritando pela casa. O marido assustado com a correria da mulher pega uma vassoura  e pergunta aonde está a barata e ela desesperadamente a avista no chão e grita, mata! mata! A barata passa correndo para a mesa em que ela está, fazendo- a pular para o sofá e noutro pulo chegar no quarto querendo chorar. Enfim, a plateia pareceu entender a cena e começou a rir bastante.
Fora a minha apresentação, pude ver as de meus colegas que fizeram desde os sons mais engraçados até o mais assustador e chocante, como a cena de um ser que parecia ser das trevas dando risadas estranhas e o homem que estuprava outra pessoa,... intenso. ( informo que foram apenas sons e gestos que denotavam os acontecimentos.
Enfim, adorei a aula.

Abaixo seguem alguns artigos que e deram um embasamento teórico no decorrer do texto.

REFERÊNCIAS


GUBERFAIN, Jane Celeste; MAIA, Luciano Pires; BAHIA, Roberta; OLIVEIRA, Domingos Sávio Ferreira de. O Exercício [Si-Fu-Chi-Pa]: Uma Contribuição Eficiente para o Aquecimento e Projeção da Voz no Espaço Cênico.

AYDOS, Bianca; HANAYAMA, Eliana Midori. Técnicas de Aquecimento Vocal Utilizadas por Professores de Teatro.
SANTOS, Marcio. Classificação Vocal.

Att.: Sami Cassiano

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