segunda-feira, 7 de março de 2016

Aula de Corpo I
07 de Março de 2016

Diálogo sobre o texto: O Som e o Sentido




Em todos os lugares a música foi vivida como uma experiência do sagrado, justamente porque nela se trava, a cada vez, a luta cósmica e caótica entre o som e o ruído. (...) Essa luta é vivida como um rito sacrificial. (...) Assim como o sacrifício de uma vítima quer canalizar a violência destruidora, ritualizada, para sua superação simbólica, o som é o bode expiatório que a música sacrifica, convertendo o ruído mortífero em pulso ordenado e harmônico.
pag. 34 1.O Som e Sacrifício

Nessa aula discutimos sobre o texto O som e o Sentido. Capítulo 1. Item: O som e sacrifício. Texto de José Miguel Wisniki
De acordo com Wisniki, o ruído está em todos os lugares, nós o captamos ao nosso modo, por vezes de acordo com nossa cultura e o organizamos. Essa organização, em harmonia, gera um som. Ao trazer esse texto para a aula de voz, por exemplo, vejo o seu real significado. Desde o processo de treino para relaxar os músculos, nosso bocejo, até o momento de nossas performances, é possível perceber que os murmuros, quando organizados com nossas expressões e até gestos, conseguem passar exatamente para o público o que significa o mesmo. Logo, nossos sons, antes estranhos, deixam de ser ruídos e passam a ser nossa reação diante de algum acontecimento. Sendo capazes de serem identificados. Há um parágrafo em que o mesmo cita a música dos pigmeus do Gabão. Relacionado à essência, o extrair o primitivo numa forma de ritual. Fiquei tão curiosa que resolvi pesquisar, e, achei muito interessante. 


Fiquei fascinada pela forma como os mesmos formam a harmonia da música, criam seus próprios instrumentos artesanais e durante o ritual percebe- se que há sempre uma forma de continuar a música. Sempre em total harmonia não somente com os instrumentos e vozes dos demais, mas inclusive com a coreografia. Acredito que esse primitivo no qual Wisnik fala tanto no texto, de algum modo é exatamente interligado com esse ritual, a maneira como nosso corpo se posiciona ajuda na forma como sairá nossa voz, pois o deixamos livre, praticamente tirando como num sacrifício uma parte de nossa essência para entrega- la ao ambiente, deixamos fluir o som para que as pessoas possam interpretar o que queremos passar através do mesmo. 

Att.: Sami Cassiano

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