quarta-feira, 9 de março de 2016

o Jogo das 3 Regras

09 de Março de 2016

Jogos Teatrais I

Formamos grupos de 4 pessoas, tendo em conta a situação: Quem? Onde? O quê? A diferença foi que, ao invés de  encenarmos com uma regra, tivemos de colocar 3.
Regras escolhidas:
1. Troca de Identidade.- tiramos os objetos que nos identificam, trocamos uns com os outros aderindo sua identidade.
2. Congela:- Durante  encenação fica a critério de um dos atores falar congela e criar outra situação.
3. Chão Chão Chão- damos menção a briga por palavra ou gesto, paramos na hora começando a requebrar até o chão.
O meu grupo foi formado por (K), (A), (T) e eu. Pela primeira vez senti- me num meio de frustração, obviamente que não culpo ninguém, apenas acho que estávamos todos passivos naquele dia. Como não me sinto no direito de falar por meus colegas, informarei apenas pelo meu ângulo de vista. A primeira cena foi sobre um velório, que eu sugeri que ficasse por último achando que ela cairia muito bem como um desfecho da apresentação, mas por unanimidade, fui vencida e acabamos interpretando- a no início do jogo. Até aí ocorreu tudo bem, a maneira como minhas amigas falavam mal de mim enquanto eu estava morta soou totalmente engraçado. Mas, quando levantei (eu era a morta) fugimos bastante não somente das regras, como também da noção do lugar. Então simplesmente fui levando até o instante em que passei a ser uma mãe com diarreia, que também que caiu bem para o momento. Os risos foram fracos, mas ainda assim saíram. Procedemos, mas procurei por (K) e não a enxerguei e isso me remeteu a ideia de que teria terminado o jogo, fui finalizando- o e de repente (K) grita- Hey, ainda não acabou não. Assustei- me e a primeira coisa que me veio à mente foi o travesseiro que estava no chão. Eu simplesmente o peguei e joguei em todos que alí se encontravam, gritando- É guerra de travesseiro!!! Ahh!! Ficamos sem rumo e simplesmente saímos como numa despedida totalmente estranha.
Essa aula iniciou uma reviravolta em minha mente, fazendo- me ficar acordada madrugadas inteiras e acredite, tais palavras não são mentiras. Noites se seguiram com meu martírio, um grande amigo de sala veio a mim e me disse que eu precisava relaxar e deixar fluir, pois já subia ao palco muito nervosa, o que me tirava totalmente as palavras durante o improviso. Foi aí então que senti a mudança querer aparecer, li bastante, vi vídeos, vi de quase tudo, diálogos sem sentido e improváveis que me faziam morrer de rir. Mas, atentei- me tanto para buscar meu melhor que acabei deixando passar alguns fatores particulares importantes, em segundo plano.
Não sei se conhecem o filme "O Diabo Veste Prada", mas há um diálogo em uma das cenas que tem me assombrado constantemente.
Diálogo Andy e Nigel

O Diabo Veste Prada

Andy- Eu tive um dia cheio. E, minha vida pessoal está péssima, é isso.
Nigel- Bem vinda ao clube. Isso acontece quando está se saindo bem no trabalho querida. Só me avise quando sua vida pessoal virar fumaça, quer dizer que será promovida.

Minha rotina tem chegado ao ponto em que minha cabeça fica preenchida por muitas ideias e muitos pensamentos voltados para o que devo fazer, o que tenho errado, como tenho me enxergado no palco? e tantas outras questões. Todas relacionadas a um objetivo, o de querer ser melhor do que ontem, de querer me acompanhar em meu desenvolvimento. Deixe- me lhe explicar melhor, aqui, nesse lugar onde me encontro e vivo recentemente, eu sou apenas eu como família, e isso, aos meus olhos, tornou- se uma luta constante, pois quero provar não só para a minha mãe, a quem tanto amo, mas para mim mesma que sou completamente capaz de vencer as barreiras impostas pela vida. E, as vezes é difícil. A minha carreira inicial aqui tem exigido a concentração para burlar o medo, a saudade, o stress ( pois tenho muitas doenças crônicas) e a solidão. Solidão por tudo e todos que precisei e precisarei deixar para trás durante minha caminhada. A minha sorte nisso tudo, reafirmo, minha imensa e maravilhosa sorte é o fato de fazer com o maior orgulho do mundo o curso que amo, e esse curso tem sido minha terapia. E, enfatizo aqui a aula de corpo tem sido a melhor psicóloga do mundo, pois é onde jogo minha energia negativa ou positiva, ambivalente,... Sei que pode parecer estranho de imediato o que falei, mas decidi mencionar por ter se tornado um reflexo da carreira na qual meu coração decidiu guiar- se. Então, diante de todas as frustrações que me norteavam, liguei para minha mãe, que mora em outro estado e descarreguei todos os meus medos e receios por estar sendo menos do que seria uma média de iniciante nas aulas de jogos teatrais.

Diálogo

Sami e mãe

Sami- Estou morrendo de saudades de todos vocês. E, tem algo que está me deixando muito triste ultimamente, é que não tenho me saído bem nas aulas de jogos teatrais... mãe, eu não sei fazer rir, apenas sou ótima em rir, passe- me um diálogo e eu o lerei, passe- me uma expressão e eu a farei, mas não me peça mais para improvisar,... Estou ansiosa a ponto de não querer subir no palco.
Mãe- Nossa filha, mas o que está acontecendo com você? Você sempre faz as pessoas felizes, aqui em casa só tem palhaços e você sabe disso, até sua irmã com cara séria não faz nem esforços para que todos fiquem rindo à toa. Você não é assim. O que está acontecendo?
Sami- A senhora me conhece, costumo buscar o melhor. Tenho perdido o sono mãe...
Mãe- Você tem que se acalmar filha, queria muito estar ao seu lado nesse momento para lhe dar meu ombro, fico triste por estar tão longe de mim. Mas você tem que parar para refletir o que exatamente está deixando passar. Pode ser ainda o estranhamento da plateia, tem que relaxar... Além do mais é questão de prática e costume. Você ainda está no início do curso filha.

Essa tensão acompanhou- me até a aula de Jogos seguinte.

Att.: Sami Cassiano

Continuação em aula 17 de Março de 2016





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