terça-feira, 5 de abril de 2016

Roteirização de Partituras

Aula de Voz

05 de Abril de 2016

Dessa vez, foi nos passado o exercício de roteirização da fala interna. Confesso que fui pega de surpresa nessa situação, claramente que foi por algum motivo extremamente absurdo. O que mais me auxiliou durante esse processo foi o fato de ter um romance com o assunto Roteiro. Eu sempre gostei de criar histórias, pensar em detalhes, cenas interessantes e mais abstratas. Então, em 2015, parei para pensar a sério sobre isso. Descrever situações, pensar nas pessoas certas para fazerem os personagens, nossa que magnífico! Iniciei uma pesquisa sobre livros que pudessem me auxiliar, e, descobri o Christopher Vogler, roteirista e crítico, com um currículo imenso sobre as costas, de vários filmes que, ainda em elaboração, passaram por sua aprovação para poderem ser iniciados. Para os que sabem, a vida de estudante não é muito fácil, principalmente quando você decide depender apenas de você mesmo e seu trabalho, por isso tive de baixar o livro "A Jornada do Escritor" resumido. Sendo o mesmo minha grande inspiração. E, depois fui baixando outros mais que me auxiliariam nesse contínuo processo de aprimoramento, como por exemplo, O Heroi de Mil Faces. Atualmente estou lendo O Cinema e a Produção, de Chris Rodrigues, que enfatiza um capítulo para termos base sobre o processo para roteiro. Como posso explicar isso? Quando estou criando, me sinto viva, parte de algo maior. Um tempo atrás estava conversando com meu ex- companheiro e o mesmo disse- me:- nunca te vi tão feliz fazendo algo, mesmo quando está cansada é perceptível sua força de vontade e entrega no curso. Então, informo uma coisa muito importante à todos os leitores, não há nada melhor nesse mundo do que fazer o que se ama. Para representar meu amor, resolvi colocar a imagem do Neil, interpretado por Robert Sean Leonard, essa é a cena em que Neil está fazendo sua primeira encenação. Não irei falar muito sobre o filme, apenas indico para os que ainda não o viram, se deem essa chance de ver esse clássico. Esse personagem é muito cativante e nos faz chorar muito, esse momento foi como uma aprovação para o mesmo. Eu me senti praticamente na pele dele, a sensação incrível de estar vivo e ter um propósito. Ele foi à fundo no que diz respeito a viver a arte. E, para quem ainda não sabe, o grande motivo de escolher o nome "carpe dien" para meu blog foi exatamente para homenagear essa obra prima que é, ao meu ponto de vista, o filme " A Sociedade dos Poetas Mortos", eis que esse é minha grande inspiração. Eu o assisti ainda nova e do início ao fim, nunca vi um trabalho tão bem pensado para dar ênfase ao psicológico dos jovens desse tempo, cuja obrigação era serem os melhores, dando continuidade no prestígio de suas famílias. O ensino ortodoxo tirou o direito de liberdade de pensamento de vários estudantes. Mas, a grandeza de um professor, como começara a surgir ao poucos tais mestres, fazia a mudança nos estudantes certos, esses que, por vezes, necessitam apenas serem escutados e compreendidos, que precisam de alguém que acenda a chama da busca pelo novo, que lhe faça ter coragem de dizer o que realmente pensa, tornando nossas mentes mais críticas e desafiadoras.


Neil Perry- A Sociedade dos Poetas Mortos

Certo, depois de muita fala e indicação do filme.... Voltemo- nos. Levei meu processo de roteirização, ainda sem fazer muita ideia se era realmente isso que (R) queria. O que me vinha em mente o tempo inteiro era, e agora, você esqueceu de descrever com mais detalhes o som! Mas, ainda assim entreguei- o à ela para fazer as correções.
Durante sua leitura, disse- me que saiu muito bom, com a descrição das cenas, dos personagens e dá para entender o que se passa na cena e diálogo entre os mesmos. Isso me motivou muito, pois significa que devo continuar estudando mais e procurando aprimorar- me. Claro, há muito o que ser feito ainda em meu roteiro, sou uma mera aprendiz, ainda tenho muito a aprender e melhorar. Mas, motivação é tudo, espero conseguir desenvolver- me mais.
Segue abaixo os roteiros:


Performance 1.
MATA A BARATA!
1.INT.- QUARTO
Sami deitada na cama verifica as mensagens na rede social através de seu celular enquanto aguarda o marido chegar do trabalho.

Sami: (música backstreet boys)... quite playing games whith my heart.. my heart.. narananara
(suspira) Nossa olha que lindo!

(Barulho da porta abrindo)reeec

2. EXT. SALA
João chega em casa cansado e senta no sofá.

João: Aiai,.. que dia.

3.INT.- QUARTO
Sami levanta em direção à...
SALA.
Cantarolando e rindo das publicações no celular.

Sami: ... hahaha! Gente, que tudo! Oi amor como foi o dia no trabalho?
Barata: (Zummm Zummm)
Sami escuta um zumbido quase como um bater de asas e para pra prestar atenção.

Sami: Ai meu Deus o que é isso?

Sami olha devagar para o ombro e enxerga a barata que acabara de pousar. E João mal tem tempo de falar.

Sami: AHHHH!! Tira isso daqui, ai meu Deus!

Sami pula da cadeira para a mesa em desespero.
A barata voa e some.
 João se levanta tentando entender o que aconteceu.

João: Cadê? O que é?

Sami, chorando de medo. Num súbito enxerga a barata.
Pula para a cadeira novamente. Gritando.

Sami: AH! Está ali! Mata, Mata!
João: Aonde?!

A barata voa para perto de João e o mesmo joga a mulher para sua frente, que se treme de medo e corre pela sala até alcançar novamente a cadeira. 
João pega a vassoura que está localizada atrás da porta e mata a barata como um assassino inexperiente, dando umas quatro bofetadas!

João: Morre! Morre! Pronto, matei ela... ufa!

Sami fica choramingando na cadeira.

Sami: Graças a Deus!... Nossa que bicho nojento!E obrigada por quase me jogar em cima dela!

Dando- lhe um tapa nas costas

Fim!

Performance 2.
DISCUSSÃO BOBA

Sami discute com o namorado enquanto o mesmo arruma sua pasta de documentos. Ambos encontram- se com roupas mais soltas, parecendo pijamas. Ela lhe olha incompreensiva, fazendo bico.

Sami: Moh, mas porque não podemos ir, quero sair...
Namorado: Sam, amanhã teremos de acordar cedo. Sair nesse horário será cansativo.
Sami se levanta e vai em direção ao sofá na sala. Emburrada... Senta- se com os punhos das mãos encostados na bochechas e pernas flexionadas lhes servindo de apoio. Enquanto o namorado vira para se aproximar.

Namorado: Aonde você vai?
Sami: Poxa, eu queria ir!

O namorado segue em sua direção rindo. Tira a camisa para se sentir mais à vontade. Chega por trás da menina com birra e tenta lhe abraçar.

Sami: Só quero ficar aqui na minha, não me estressa.

Ela afasta os braços do mesmo.
O namorado começa a apertar sua bochecha lhe fazendo carinho.

Namorado: Vem cá minha panda. Deixa de birra.

Sami começa a ceder ao carinho, sorrindo.

Sami: Não... Para seu sem graça, me deixa... seu chato...
        
Ele a abraça intensamente lhe dando um beijo na bochecha.

Namorado: Eu sei que você não resiste ao meu carinho.

Final!

Performance 3.
A ligação

Sami encontra- se sentada no chão tirando as cutículas. O celular começa a tocar numa melodia proposital, que lhe remete a canção... Chamada a cobrar.

Sami: Tem um pobre ligando pra mim... Tem um pobre ligando pra mim!
Alô! Benção mãe?! 

No outro lado da linha, a mãe quase não consegue falar com a filha, pois o neto não para de gritar.

Mãe: Ah! Calado menino! Não para de gritar esse seu sobrinho! Sami, seu pai estava ruim no hospital, mas recebeu alta ontem, graças a Deus!

Sami tenta entender e se assusta um pouco com a situação de seu pai, pois achava que o mesmo estava saudável.
Sami: Ahh! Que susto!Mãe? Mas como ele está agora?

Mãe:Pois é... Ainda bem que melhorou!

Sami fica mais tranquila. Levanta- se e começa a caminhar pela sala enquanto conversa.

Sami:Nossa, que alívio mãe.O que realmente aconteceu?
Mãe: Dengue!Sabe que a maioria das pessoas estão assim agora, complicado... Filha,lembra do Vasquez?!

Dá um sorriso empolgado lembrando- se do grande amigo do passado.

Sami: Haha! Lembro sim, nossa ele era muito engraçado. Lembra do natal, o que ele fez? Haha!

A outra linha de repente fica em silêncio.

Mãe: Filha, preciso lhe falar algo, mas quero que tente manter o controle,... o Vasquez teve um derrame, ele está ruim no hospital, é possível que fique com grandes sequelas, ainda não sabemos com realmente está...

Sami fica calada, estática... o braço parece falecer de tão pesado e duro, o celular ameaça cair de sua mão trêmula.
Ela lembro do grande amigo, que sempre lhe fizera rir...
O rosto se declina e o som de choro começa a aumentar a frequência.
A mãe não é mais escutada no celular.


Sami:Não,... não pode ser, não consigo acreditar, ele está muito ruim? UTI?

Mãe: Filha? Filha beba um copo de água, tente se acalmar... filha? Está aí?

A garota desliga o celular e o posiciona na mesa, sai sem rumo pela casa choramingando a perda do amigo.

Fim!

Esse foi meu entendimento encapsulado das aulas de "voz I" que se antecederam. Depois do encapsulamento, fomos para o palco fazer as interpretações, para verificar todas que possam ser utilizadas em nossas futuras apresentações, e, confesso que dessa vez senti algo diferente. Menos medo, mais controle e presença de palco. Incluo meus amigos nessa situação também, pois percebi em muitos deles a dilatação. Uma das cenas que destaco é a de PH e (T), pois essa foi a vez em que vi (T) em um de seus melhores momentos. Ele simplesmente se soltou em cena, fez as improvisações e chamou a atenção de quem assistia. Houve um grande desenvolvimento e dilatação em cena. Houve a chamada presença de palco. Parabéns a ambas as partes!! 

Att.: Sami Cassiano





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