quarta-feira, 23 de março de 2016

Entrevista num zoológico

Aula de Jogos

23 de Março de 2016

Roda de discussão sobre as apresentações


A aula de Jogos foi administrada dessa vez no Centro de Vivência, o espaço aberto dentro da Universidade. As aulas de Jogos Teatrais têm sido parte de meus maiores desafios a cada dia. Mas, nessa noite algo diferente ocorreu. Eu cheguei com a turma mais desinibida, procurando sempre meios de relaxar. A professora iniciou a aula dizendo: - procurem formar grupos diferentes dessa vez. E imediatamente olhei para meus amigos. - Poxa!
Ainda assim acabei formando a equipe com (I), (S) e (B). O que resultou num ótimo trabalho!
Situação:
Uma repórter vai ao Zoológico para falar sobre o Gorila César, a entrevista é feita com a tratadora chinesa Sra Tavacoa Kararocha. Porém o animal se solta e gera um caos durante a filmagem.

Regras: 
Frente e Volta:- um participante aleatória vai falar em algum momento volta ou frente. Toda vez que falar volta, teremos de voltar a cena fazendo os mesmos gestos e repetindo a frase do diálogo. Frente, procedemos no diálogo.
Sorteia papéis com palavras aleatórias e a que sair será dita na entrevista;
A chinesa troca o R pelo L;
O repórter é manco; 
Segue o vídeo de nossa apresentação:



Claro que não podemos deixar de mencionar sobre a minha voz ainda não ter saído alta como eu gostaria que saísse. Esquecemos bem  menos das regras. O que foi maravilhoso. Nosso querido (S) ainda precisa encontrar o limite do personagem, mas não o largo. Já disse! Com suas entradas e saídas nesse mundo paralelo, por vezes ele salva o grupo. É sua característica própria. Como disse nosso querido Renato Russo:- Temos nosso próprio tempo.
Resumindo, as regras foram ótimas e houve um grande progresso nessa apresentação. Eu e (I) falamos que conseguimos recuperar uma parte de nossa dignidade novamente. 
Um de meus progressos foi conseguir falar na roda sobre a apresentação do grupo. Pois, nas apresentações anteriores eu me senti tão ruim que me fiz de invisível. E, claramente, nos sentimos invisíveis, quando se quer recebemos um comentário de foi ruim ou melhore mais na próxima vez. Não sei como explicar isso, se é uma síndrome do ator, o medo de se tornar invisível, mas sei que parecer um pouco de nada já é o suficiente para imensos martírios. Um dos grupos que mais gostei foi o de (D), pois ficou incrível a ideia de escolher pessoas para serem os objetos. E, o grupo que ficava mudo no meio da discussão foi muito interessante. Acredito que se abordarmos essas ideias numa outra sequência, teremos um grande espetáculo de improvisos. 

Att.: Sami Cassiano

terça-feira, 22 de março de 2016

Entre a plasticidade e o Limite

Aula de Corpo I
22 de Março de 2016

Além da plasticidade está o parâmetro interno, que se refere aos limites colocados em nossos corpos para que não saiamos do contexto durante a substituição.
Limites utilizados: A aula não teve música externa, mas sim a interna. E, foi pedido para cada um de nós escolhemos uma canção de ninar e uma de rock que se alternavam entre os movimentos para alongamentos. As músicas escolhidas por mim foram:
 Se essa rua fosse minha.

Eu escolhi essa música por ter ótimas lembranças dela, como por exemplo a memória de minha avó cantando ela para que eu descansasse enquanto minha mãe estava vindo do trabalho. Logo, ela me ajudou a suavizar bastante os movimentos



System of a dow- B.Y.O.B.

Já o do System me retomou as lembranças do colegial, eu e meus amigos costumávamos escutar muito essa música. Sempre achei legal a maneira como ele alternam os sons dentro de uma canção. Ao meu ver, são super talentosos. A única questão nesse momento é que todas vez que eu começava a rabiscar rápido dentro da minha área, acabava por me esquecer de flexionar as pernas. Mas, a professora (R) sempre dava uns gritos para que nos lembrássemos. 

Para a ação e reação ela pediu que escolhêssemos um papel e que o mesmo não precisava ser exatamente um personagem fictício, mas poderia ser por exemplo, alguém que teria aparecido numa matéria de jornal, ou um amigo, ou minha irmã.
E então começou. Eu escolhi (I), cheguei nela e lhe dei um empurrão. Ao voltar até mim, ela simplesmente tentou me fazer carinho. Nesse momento ainda estávamos tentando entender quem era o que. O que posso dizer é que toda vez que eu lhe dava empurrões, ela chegava e tentava amenizar a situação. 
(R) liberou a fala. Foi então que (I) disse:- amiga não fica chateada comigo não...
E percebemos que estávamos discutindo sobre fofocas que foram geradas a respeito de nossa amizade e romance com um de nossos amigos. Simplesmente tudo fluiu. Apesar de termos começado com uma briga, depois já estávamos até falando sobre as passagens para visitar Las Vegas.
Questão: A ação exercida sobre o outro.
Até que ponto foi uma ação e em que momento ocorreram flashs de encenação e método de substituição? Conseguimos pôr um limite em nossos movimentos?
Em um momento ocorreu um encenação, e foi exatamente quando iniciamos o diálogo. Mas depois pareceu- me que lembramos sobre agir dentro de nossos próprios limites impostos, e, retomamos rapidamente. Acredito que conseguimos colocar um limite, o que acontece é que dependendo do tipo de pessoa, pode se conseguir mais rápido ou pode demorar um pouco. Apesar disso, senti que fizemos um ótimo progresso relacionado à ação e reação.

Segue o vídeo abaixo, com alguns momentos da ação e reação:





Att.: Sami Cassiano

quarta-feira, 16 de março de 2016

Jogos Teatrais: Um manicômio esquecido

16 de Março de 2016

Aula de Jogos Teatrais

Depois de muito diálogo, já advindo da aula anterior, tentei pensar em relaxar, formei um grupo com (S), (I) e (T).
A Regras eram:

  • Alturas diferentes: Durante o improviso devíamos manter sempre alturas diferentes, toda vez que alguém ficasse na mesma altura do outro, o que visse devia falar alto, para que assim pudesse nos lembrar de que alguém estava fora do contexto, nos levando a procurar novas posições para não ficar com o corpo no mesmo nível;
  • Sem um membro: Cada um tinha a ausência de um membro do corpo, assim eu não enxergava, (I) não tinha um braço, (T) era surda e (S) não tinha a cabeça. Toda vez que um de nós se descontrolasse e gritasse, tínhamos de trocar uns com os outros; 
  • Encontro de Bumbuns: Toda vez que alguém dissesse uma palavra em inglês, todos tinham de correr até o cego fazer um encontro de bumbuns;
Situação: Éramos loucos que achavam que estavam curados e estávamos fugindo de um hospício.
A nossa equipe estava super empolgada, todos falavam: Nossa! vai ser incrível! Que ideia legal!
Até que o grupo de (D) entrou em palco e apresentou a cena de um hospício. Desse momento em diante o que surgiu nos rostos de minha equipe era:- e agora? Temos que mudar? Vamos mudar! A apresentação deles é igual à nossa!
Esses questionamentos geraram um conflito interno, remetendo- nos a tudo o que eu estava tentando esquecer referente à apresentação passada. Então eu respirei fundo e disse:- Calma gente, e daí que eles escolheram hospício, nossas regras são diferentes, a situação também, com certeza será um ótimo motivo para a professora conversar depois.
Decidimos seguir ao palco e quando eu pensei:- enfim, é agora! Todos da equipe pararam já em frente ao público e começaram a falar:- eu faço isso? é hospício mesmo ou vamos fazer num hospital?. Eu fiquei louca por dentro, queria dizer: - não tenham medo, vamos arriscar... Mas, por fora saiu- é hospício, vamos!!!
Começamos já numa zorra, em meu pensamento, eu poderia tentar sentar e sei lá, imaginei que alguém teria a brilhante ideia de tirar a cadeira na hora, mas sentei rápido e ninguém apareceu.. fiquei pensando, preciso fazer alguma coisa, aí gritei para trocarmos os membros, e disse de imediato- cadê minha cabeça?
Como Thais estava no chão pensei rapidamente e já agindo, cheguei perto dela como alguém sentindo uma cabeça e comecei a puxa- la.
- Está aqui, encontrei, é minha cabeça!! Escutei risos, não sabia nem se era para a cena que criei, mas estava satisfeita. E então me deixei levar. Acontece que eu tenho um super amigo que não largo e que é muito hiperativo, o (S) sempre se empolga, ao meu ver, ele é a vida do grupo, não importa o grupo, ele é a vida, porque sei que esse é o jeito dele, é como se ele tivesse um mundo paralelo e na hora que tudo parece perdido, ele entra nesse mundo e com seus gritos e suas loucuras acaba chamando a atenção de todos. Acho que a única questão que falta é haver a lembrança da continuidade de regras, porém, quando ele entra no mundo paralelo, não existe mais regras, é tudo livre e parece que há um monte de monstros ao redor dele e ele fica lutando tentando escapar deles. Então não importa o quanto gritemos, não importa se tentarmos chegar perto, simplesmente não conseguimos. Nesse momento, parecia que eu estava como uma observadora, eu gritava pra ele para que ele lembrasse:- Ah! O grito, temos que mudar os membros! Mas, ele não parava de rodar. (risos) Simplesmente pensei, esquece, sigam, todos começaram a rir, ele é vida, ele é energia! Daí a (I) chegou perto da gente e interrompeu o momento com um: - quer saber, desisto, não vou fugir de lugar nenhum! e foi seguindo, indo embora. Eu pensei, é a deixa. Olhei para T que continuava no chão sendo uma cega e gritei, espera, espera! Deixa eu pegar a cega e a minha cabeça! Vem diacho! Segurei (S) e (T),saindo do palco.
Dessa vez a minha reação foi diferente. Eu não fiquei frustrada, simplesmente chamei o pessoal e disse: - Gente, não acho que nossas regras foram ruins, simplesmente nosso psicológico foi afetado. Tenho uma sugestão, vamos brincar durante a semana, vamos ficar criando situações e regras. Brincar de Jogos para relaxar e se acostumar com as pessoas ao redor pode ser uma experiência maravilhosa. E todos concordaram, mas nessa semana praticamente não tivemos tempo para fazer. Ainda assim a desmotivação sumiu em minha mente. Agora eu entendo, a lembrança da regra é importante, mas falta a elasticidade na hora de deixar fluir o corpo para o personagem aparecer, falta um pouco da diegese para limitar no momento necessário a minha ação, para saber em que momento parar e  em que momento continuar. O que posso esclarecer sobre a nossa improvisação até agora resume- se numa palavra: - Adrenalina.
Quando subimos ao palco, sentimos a adrenalina tomar conta de nosso ser, há um êxtase de ser o centro das atenções. E, quando não há textos e sim apenas você, sua imaginação criativa, a situação criada pelo grupo e a plateia, o que lhe resta é conseguir exprimir todo o improviso. Obviamente que a energia aumenta, a adrenalina é imensa e até a tensão por saber que precisa prender o público no que quer passar. Em nossa área, aprender a lidar com essa sensação é fundamental. Isso é um processo contínuo de aprendizagem. Você já viu algum ator falar, estou com medo de apresentar, tenho medo de ir lá na frente... Ter medo é uma imensa barreira se você decide entrar atuação. Eu prefiro esconder o medo nos arquivos, entre sete chaves, para não mais encontra- lo. O que me resta é relaxar, para aprender a lidar com as emoções quando estou improvisando. 
As aulas de improviso tem me mostrado a conexão entre as disciplinas, o corpo me ajuda a limitar movimentos, minimar o máximo e expandir ao máximo. Curvar- me, flexionar os joelhos, trazer o abstrato para o palco, gerar o estranho e coloca- lo no método da substituição. Assim, temos alguém real, uma pessoa em seu cotidiano que juntamente com o abstrato torna- se engraçada, torna- se estranhamente curiosa. A voz precisa de mais atenção, com toda certeza, não é por falar baixo e sim por fazê- la ecoar sem forçar e tornar o diálogo compreensível. Esse pensamento me fez parar para pesquisar. Esses dias tenho visto vídeos mais voltados para a fala, tenho visto vídeos de chineses, pois acho a fala deles muito interessante quando tentam dizer frases em português, soa quase como num tom infantil, como uma criança que está aprendendo o alfabeto. Enquanto que a aula de história do teatro me mostra que tenho um pouco da transição do simbolismo, o abstrato, a estranhamento, um pouco mais voltada para o momento em que o cinema começa a se apresentar, com a imagem projetada, eu adoro esse momento. Mas tirarei um dia para falar somente sobre esse assunto. Retomando minhas ideias, o que quero dizer é que nada está separado. E, quando essas abordagens ficam juntas podemos começar a ver um progresso, a realizar algo. Termino esse meu texto com a frase: Estamos num processo contínuo de aprendizagem inter e multidisciplinar.



A escolha do clipe: Pitty- Anacrônico.

Essa música retrata que estamos sempre nos modificando, através de novos conhecimentos e prioridades. Acreditando que para a contextualização estilo manicômio, é uma ótima canção, com uma filosofia muito boa. A necessecidade intrínseca do ser humano de querer melhorar, querer sempre novas coisas, adquirir novos objetivos, isso nos ajuda a seguir, nos ajuda a crescer. Quando penso em como fiquei pra baixo na aula anterior posso dizer hoje que agora entendo, não há o que temer exatamente, há o que escolher. A nossa escolha é continuar e procurar alternativas que mostrem o nosso lado cômico, que nos façam ficar livres no palco. Ao meu ver, essa é uma boa forma de ser louco.

Att.: Sami Cassiano


segunda-feira, 14 de março de 2016

Da Elasticidade ao Minimalismo

Aula de Corpo

14 de Março de 2016
Parte da sequência dos movimentos: Essa Propriedade está acabada.

Todos prontos para a sequência de partituras.



Essa aula me levou ao êxtase. Como explicar essa incrível sensação? simplesmente acordei toda dolorida no dia seguinte. E, pensei:- Uau! Demos o nosso melhor!!
(R) pediu que ficássemos alternados em sala. Ela, chamaria a pessoa que iria retomar o movimento referente a interpretação do texto de Tennessee. E adivinhe?! Eu fui chamada para iniciar. E, depois de fazermos umas duas vezes, ela disse, Sami, tenta dar sempre continuidade nos movimentos, sem pausa. E, lembrei da aula referente ao minimalismo, continuei os movimentos e via meu corpo que as vezes parecia ficar um pouco exausto, principalmente quando voltava para o movimento no chão.  Fiquei muito feliz comigo mesma, apesar de não ter conseguido minimizar ainda o suficiente. Vejo que nosso progresso está sendo muito bom. Além de mim, fizemos a sequência de PH, de Matheus, de Brenda, Feliphe e Mari. Dentre essas a que mais me surpreendeu foi a de Brenda. Parecia que em cada movimento eu estava jogando toda a energia negativa que havia em meu corpo. Depois, fizemos também o jogo do campo de visão. Dessa vez abordamos outras técnicas dentro do jogo que nos possibilitaram determinar que movimentos utilizar, dentre elas estavam os temas:

  • Inverno;
  • Suspense;
  • Erotismo, entre outros...
O que pude perceber nessa aula foi a ausência ainda do minimalismo, não que não apareça e sim que precisamos treinar mais. Percebi a entrega de alguns dos meus colegas que eu não costumava ver muito, principalmente (M). Lembro- me que uma vez ele chegou a comentar que não tem muita aptidão no que se refere a corpo, e eu lhe disse que deveria tentar um pouco mais, pois poderia lhe prejudicar no que diz respeito as faltas e lhe ajudaria bastante a progredir. Eu costumo tirar o óculos  nas aulas para deixar a mente e o corpo mais livres, mas não pude deixar de perceber seu progresso. Como observadora, fico sempre feliz ao ver o desenvolvimento em conjunto da turma. Demonstra que estamos encontrando meios de vencer nossos próprios medos. Há uma magia na aula de corpo, nela eu me sinto entrando num mundo paralelo. Esses tempos, enquanto desenvolvo uma história para apresentar futuramente à turma, percebi nitidamente a mudança que o curso vem causando em mim, a estética do texto, a estética voltada para o abstrato nos personagens que venho criando, principalmente no corpo, que acredito que será umas das essências para os papeis. Eu tenho gostado muito da ideia de abordar o abstrato e causar estranhamento. Procurarei desenvolver mais essa concepção para aborda- la em textos futuros.

Att.: Sami Cassiano 

quarta-feira, 9 de março de 2016

o Jogo das 3 Regras

09 de Março de 2016

Jogos Teatrais I

Formamos grupos de 4 pessoas, tendo em conta a situação: Quem? Onde? O quê? A diferença foi que, ao invés de  encenarmos com uma regra, tivemos de colocar 3.
Regras escolhidas:
1. Troca de Identidade.- tiramos os objetos que nos identificam, trocamos uns com os outros aderindo sua identidade.
2. Congela:- Durante  encenação fica a critério de um dos atores falar congela e criar outra situação.
3. Chão Chão Chão- damos menção a briga por palavra ou gesto, paramos na hora começando a requebrar até o chão.
O meu grupo foi formado por (K), (A), (T) e eu. Pela primeira vez senti- me num meio de frustração, obviamente que não culpo ninguém, apenas acho que estávamos todos passivos naquele dia. Como não me sinto no direito de falar por meus colegas, informarei apenas pelo meu ângulo de vista. A primeira cena foi sobre um velório, que eu sugeri que ficasse por último achando que ela cairia muito bem como um desfecho da apresentação, mas por unanimidade, fui vencida e acabamos interpretando- a no início do jogo. Até aí ocorreu tudo bem, a maneira como minhas amigas falavam mal de mim enquanto eu estava morta soou totalmente engraçado. Mas, quando levantei (eu era a morta) fugimos bastante não somente das regras, como também da noção do lugar. Então simplesmente fui levando até o instante em que passei a ser uma mãe com diarreia, que também que caiu bem para o momento. Os risos foram fracos, mas ainda assim saíram. Procedemos, mas procurei por (K) e não a enxerguei e isso me remeteu a ideia de que teria terminado o jogo, fui finalizando- o e de repente (K) grita- Hey, ainda não acabou não. Assustei- me e a primeira coisa que me veio à mente foi o travesseiro que estava no chão. Eu simplesmente o peguei e joguei em todos que alí se encontravam, gritando- É guerra de travesseiro!!! Ahh!! Ficamos sem rumo e simplesmente saímos como numa despedida totalmente estranha.
Essa aula iniciou uma reviravolta em minha mente, fazendo- me ficar acordada madrugadas inteiras e acredite, tais palavras não são mentiras. Noites se seguiram com meu martírio, um grande amigo de sala veio a mim e me disse que eu precisava relaxar e deixar fluir, pois já subia ao palco muito nervosa, o que me tirava totalmente as palavras durante o improviso. Foi aí então que senti a mudança querer aparecer, li bastante, vi vídeos, vi de quase tudo, diálogos sem sentido e improváveis que me faziam morrer de rir. Mas, atentei- me tanto para buscar meu melhor que acabei deixando passar alguns fatores particulares importantes, em segundo plano.
Não sei se conhecem o filme "O Diabo Veste Prada", mas há um diálogo em uma das cenas que tem me assombrado constantemente.
Diálogo Andy e Nigel

O Diabo Veste Prada

Andy- Eu tive um dia cheio. E, minha vida pessoal está péssima, é isso.
Nigel- Bem vinda ao clube. Isso acontece quando está se saindo bem no trabalho querida. Só me avise quando sua vida pessoal virar fumaça, quer dizer que será promovida.

Minha rotina tem chegado ao ponto em que minha cabeça fica preenchida por muitas ideias e muitos pensamentos voltados para o que devo fazer, o que tenho errado, como tenho me enxergado no palco? e tantas outras questões. Todas relacionadas a um objetivo, o de querer ser melhor do que ontem, de querer me acompanhar em meu desenvolvimento. Deixe- me lhe explicar melhor, aqui, nesse lugar onde me encontro e vivo recentemente, eu sou apenas eu como família, e isso, aos meus olhos, tornou- se uma luta constante, pois quero provar não só para a minha mãe, a quem tanto amo, mas para mim mesma que sou completamente capaz de vencer as barreiras impostas pela vida. E, as vezes é difícil. A minha carreira inicial aqui tem exigido a concentração para burlar o medo, a saudade, o stress ( pois tenho muitas doenças crônicas) e a solidão. Solidão por tudo e todos que precisei e precisarei deixar para trás durante minha caminhada. A minha sorte nisso tudo, reafirmo, minha imensa e maravilhosa sorte é o fato de fazer com o maior orgulho do mundo o curso que amo, e esse curso tem sido minha terapia. E, enfatizo aqui a aula de corpo tem sido a melhor psicóloga do mundo, pois é onde jogo minha energia negativa ou positiva, ambivalente,... Sei que pode parecer estranho de imediato o que falei, mas decidi mencionar por ter se tornado um reflexo da carreira na qual meu coração decidiu guiar- se. Então, diante de todas as frustrações que me norteavam, liguei para minha mãe, que mora em outro estado e descarreguei todos os meus medos e receios por estar sendo menos do que seria uma média de iniciante nas aulas de jogos teatrais.

Diálogo

Sami e mãe

Sami- Estou morrendo de saudades de todos vocês. E, tem algo que está me deixando muito triste ultimamente, é que não tenho me saído bem nas aulas de jogos teatrais... mãe, eu não sei fazer rir, apenas sou ótima em rir, passe- me um diálogo e eu o lerei, passe- me uma expressão e eu a farei, mas não me peça mais para improvisar,... Estou ansiosa a ponto de não querer subir no palco.
Mãe- Nossa filha, mas o que está acontecendo com você? Você sempre faz as pessoas felizes, aqui em casa só tem palhaços e você sabe disso, até sua irmã com cara séria não faz nem esforços para que todos fiquem rindo à toa. Você não é assim. O que está acontecendo?
Sami- A senhora me conhece, costumo buscar o melhor. Tenho perdido o sono mãe...
Mãe- Você tem que se acalmar filha, queria muito estar ao seu lado nesse momento para lhe dar meu ombro, fico triste por estar tão longe de mim. Mas você tem que parar para refletir o que exatamente está deixando passar. Pode ser ainda o estranhamento da plateia, tem que relaxar... Além do mais é questão de prática e costume. Você ainda está no início do curso filha.

Essa tensão acompanhou- me até a aula de Jogos seguinte.

Att.: Sami Cassiano

Continuação em aula 17 de Março de 2016





segunda-feira, 7 de março de 2016

Aula de Corpo I
07 de Março de 2016

Diálogo sobre o texto: O Som e o Sentido




Em todos os lugares a música foi vivida como uma experiência do sagrado, justamente porque nela se trava, a cada vez, a luta cósmica e caótica entre o som e o ruído. (...) Essa luta é vivida como um rito sacrificial. (...) Assim como o sacrifício de uma vítima quer canalizar a violência destruidora, ritualizada, para sua superação simbólica, o som é o bode expiatório que a música sacrifica, convertendo o ruído mortífero em pulso ordenado e harmônico.
pag. 34 1.O Som e Sacrifício

Nessa aula discutimos sobre o texto O som e o Sentido. Capítulo 1. Item: O som e sacrifício. Texto de José Miguel Wisniki
De acordo com Wisniki, o ruído está em todos os lugares, nós o captamos ao nosso modo, por vezes de acordo com nossa cultura e o organizamos. Essa organização, em harmonia, gera um som. Ao trazer esse texto para a aula de voz, por exemplo, vejo o seu real significado. Desde o processo de treino para relaxar os músculos, nosso bocejo, até o momento de nossas performances, é possível perceber que os murmuros, quando organizados com nossas expressões e até gestos, conseguem passar exatamente para o público o que significa o mesmo. Logo, nossos sons, antes estranhos, deixam de ser ruídos e passam a ser nossa reação diante de algum acontecimento. Sendo capazes de serem identificados. Há um parágrafo em que o mesmo cita a música dos pigmeus do Gabão. Relacionado à essência, o extrair o primitivo numa forma de ritual. Fiquei tão curiosa que resolvi pesquisar, e, achei muito interessante. 


Fiquei fascinada pela forma como os mesmos formam a harmonia da música, criam seus próprios instrumentos artesanais e durante o ritual percebe- se que há sempre uma forma de continuar a música. Sempre em total harmonia não somente com os instrumentos e vozes dos demais, mas inclusive com a coreografia. Acredito que esse primitivo no qual Wisnik fala tanto no texto, de algum modo é exatamente interligado com esse ritual, a maneira como nosso corpo se posiciona ajuda na forma como sairá nossa voz, pois o deixamos livre, praticamente tirando como num sacrifício uma parte de nossa essência para entrega- la ao ambiente, deixamos fluir o som para que as pessoas possam interpretar o que queremos passar através do mesmo. 

Att.: Sami Cassiano

quarta-feira, 2 de março de 2016

Memória Fotográfica

Jogos Teatrais I

02 de Março de 2016

Virar de costa e depois verificar o que num e noutro.
Infelizmente cheguei alguns minutos atrasada nessa aula, mas consegui pegar o ritmo do que estava a acontecer.

Parte I
O objetivo hoje era o de formar uma dupla, ficar de frente um para o outro a observar tudo o que lhe caracterizava. Após um tempo observando tínhamos de virar e mudar alguns detalhes de nossa caraterização para que o colega viesse a descobrir o que de fato mudamos no corpo, roupa ou acessórios. A minha dupla foi (N). Iniciamos a observação, fixei- me mais em seu cordão, a camisa amarrada na cintura e brincos. Quando começamos a tentar lembrar dos detalhes, acabei errando o último, não me atentei para o anel que ela estava usando.


Descubra o que eu mudei

Parte II.
Retornamos ao palco, mas dessa vez tínhamos de inserir:
Quem?
O quê?
Aonde?
Para apresentar aos demais uma situação em que seja importante dar atenção aos detalhes do personagem.
Eu e (N) resolvemos interpretar duas garotas que estavam dançando numa festa e começavam a flertar uma com a outra. O (PH) colocou um som, mas acabou que o som saiu alto no início e abafou o que estávamos a conversar.
Diálogo:


(S)- Hey, tudo bem com você? Você está sozinha?
(N) Tudo bem tô sim...
(S) Nossa, seu cordão está ao contrário, possou ajeitar?
(N) (risos) Pode sim.
(S) Você é muito linda
(N) ( Começou apenas a rir)
Bem, aconteceu que ficamos um pouco sem graça e acabamos finalizando a história com um: tchau linda, foi um prazer dançar com você!
O que consegui captar na aula foi o fato de não costumarmos utilizar constantemente nossa memória fotográfica para saber por exemplo, o que caracteriza uma pessoa. E, como são exatamente esses os detalhes que elas procuram mostrar no dia- a- dia.

Att.: Sami Cassiano

terça-feira, 1 de março de 2016

Agregando o som às situações

Aula de Voz I  ( referente às aulas de 01 e 08 de Março de 2016)

Você já parou para perceber em como as crianças reagem às nossas ações?
Com birra, suas vozes saem arrastadas;
Com raiva, saem gritantes como se o mundo saísse por suas pequeninas bocas;
Com dengo falam carinhosamente, numa entonação quase angelical;
Assim, devo eu remeter- me à substituição, através da pureza da reação de uma criança, para conseguir deixar o som fluir em harmonia com a frase?
Às vezes parece que quanto mais buscamos, mais percebemos que a emoção está em simplesmente deixar o som seguir, sair em conjunto com nossa expressão de raiva ou de amor, de nojo ou ódio. É que quando reagimos a algo, sai tão naturalmente do inconsciente,... eu poderia andar um dia inteiro com um gravador ligado e então só assim conseguiria identificar várias vezes a fala externa...  Mas, para utiliza- la através da técnica, realmente percebo que ainda tenho muito a aprender,...

Quando te pedem silêncio



 
Você ainda fala, baixinho, como um susurro,...


Ação e Reação

Dessa vez, resolvi juntar duas aulas em uma para poder explicar melhor o processo de evolução da interpretação do texto para a fala externa. O nosso objetivo nas duas aulas era o de externalizar o som através de nossa reação a uma situação. Para isso, o melhor seria utilizar o método da substituição.  Porém, nesse processo de criação, vi que fiquei muito fixada ainda no texto da aula de corpo ( Essa propriedade está acabada), talvez porque até o momento, foi o que mais me impactou. Senti que meu entendimento sobre o pedido feito pela professora não estava certo, mas ainda assim o desenvolvi. Segue abaixo minha base para a primeira tentativa na sequência de sons.

1. Estou cantando e de repente alguém me chama (larala larala larala)
2. Me assustei! Pensei ter visto um vulto...
3. Um riso rápido de sarcasmo;
.
.
Não preciso nem continuar, como bons entendedores, podem ver que fugi totalmente do contexto. Quando apresentei, estava crente de que essa era a ideia. Mas assim que iniciei a narração, fui interrompida pela professora me dizendo que eu destruí todo o processo de sons que criara no momento em que passei a narrar. É que na verdade, o objetivo é  trazer esse som para si, torna- lo parte de mim. (R) mencionou a palavra "agregar" o verbo à frase. Como uma forma de ação e reação frente a um acontecimento.

Na segunda aula, fizemos duplas com nossos colegas, cuja ideia seria expor os sons e deixar a interpretação à critério deles. No meu caso, juntei- me a (T).
(T) não me mostrou ainda os sons que produziu, mas fez uma interpretação engraçada dos meus. Uma pena que eu provavelmente não conseguirei filma- la interpretando- os. Caso eu consiga, postarei o vídeo para que tenham uma noção melhor.
Segue abaixo o vídeo  dos sons que emiti:



Obs: Tentarei colocar hoje a interpretação dos mesmos, só não o fiz juntamente ao vídeo porque segui a instrução da professora (R), que disse ser muito mais fácil para outra pessoa conseguir interpretar os sons que geramos.

Att.: Sami Cassiano