segunda-feira, 9 de maio de 2016

Recuperação de Memórias

Aula de Corpo I

09 de Maio de 2016

Nessa aula iniciamos com a teoria, o que seria essa teoria? Seria a visualização de imagens que nos gerassem uma visão de recuperação de imagens levando à fala interna. alguém que utilizava muito desse meio era Meyerhold e de acordo com Rejane, Rubens Correa que eu vergonhosamente não conhecia até essa aula. Nos ensaios Meyerhold enfatizava a alimentação da imaginação inferior, havendo assim dois atores, um físico e um metafísico ( a captura de imagens). Sua intenção durante a mostra de imagens era que as descrevêssemos e pensássemos a respeito das mesmas.



Segue abaixo algumas imagens que consegui assimilar, a do grito interpretei como se fosse uma pessoa confusa com um mundo ao seu redor, como um estrangeiro frente à novidades. Eu pensei que seria interessante porque os turistas quando vêem algo que ainda não tenham visto fazem um olhar surpreso frente à beleza ou mesmo algo ruim, como miséria.

Edvard Munch
Uma imagem que achei bem interessante foi a de um idoso numa mesa, talvez o estilo ou mesmo pintura tenham me remetido à concepção  de Kronos engolindo seus filhos. Pode- se fazer uma analogia por exemplo ao nosso país sendo engolido pela corrupção.  O cidadão sendo devorado pelo sistema falho de um país em decadência.
Concepção à respeito de Kronos
A imagem abaixo também é referente aos filhos de Kronos, de acordo com a mitologia grega, kronos vem de uma linhagem muito antiga de titãs, e o mesmo, por temer que seu trono fosse tirado por um de seus filhos, passou a matá- los e devorá- los. Mas nessa imagem parece ainda como se estivessem num lugar similar ao Jardim do Édem. Achei muito interessante porque a maneira como foram modelados os corpos nos faz recortar movimentos que podem levar à partituras. Assim como o fato de haver casais nos remete ao jogo de ação e reação.
Referência a Kronos
Não consigo me recordar a autoria dessa imagem. Mas procurei até conseguir encontrá- la. Pois ela se tornou uma imagem clara do que seria nosso treinamento energético e até transição para o campo de visão. Por exemplo, se verificar no lado esquerdo bem próximo ao cercado, podemos ver um grupo de pessoas reunidas, enquanto no outro lado há outro grupo, e quando ampliamos nosso campo de visão frente à imagem conseguimos visualizar vários subgrupos exercendo atividades distintas.



A pintura de Pablo Picasso retoma a imagem da prostituição, da diversidade e do despir- se a olhos vistos. As poses me fazem pensar em movimentos mais exóticos, como por exemplo o ato de deslizar.
Pablo Picasso
A pintura a seguir me chamou a atenção pela maneira como se encontra o corpo da mulher, com membros em contraposição e sutileza encantadora ao lado do cisne. Em baixo vejo crianças que parecem ter nascido como os pássaros, Sendo assim, a mulher e o cisne representam um amor diferente, porém possível, ou pode ser uma analogia sobre o ser belo, tendo em conta a história do patinho feio.

A imagem abaixo pertence a pintura de Tarsila do Amaral, umas das pintoras que mais admiro, que esteve presente em movimentos culturais assim como a semana da arte moderna. Acho muito lindo o estilo de desenho da mesma. Não é algo que eu consiga reproduzir. Posso ver uma delicadeza no branco nuvem, que remete ao deslizar e ao furar, há uma imagem um tanto abstrata no lado inferior direito que me recorda a imagem de um home que admira a lua. Essa imagem poderia ser muito bem processada e partiturizada num campo de visão.

Tarsila do Amaral
Eu achei muito interessante essa imagem, me apropriando dela eu poderia ser uma pessoa enferma que desistiu da vida, mas que não esquece do vício. Ou um símbolo do mal do ser humano conseguir acabar lentamente com a própria vida, pois o esqueleto ainda encontra-se num estágio inicial de decomposição.

Depois da assimilação das imagens, partimos para o campo de visão também levados pelo som de Daughter, entre outros, com músicas mais suaves. Dessa vez percebemos a nítida mudança de duas pessoas em aula, uma foi o Ângelo e a outra foi o Adriano, o envolvimento com o sensação gerada pelas músicas trouxe uma leveza e organicidade em seus movimentos. Matheus também parecia estar com uma fala interna muito forte. 
No final da aula, Rejane perguntou se as pinturas ajudaram. Para alguns não houve serventia. Para mim algumas ficaram realmente nítidas. Kronos e a morte lenta de um ser desprezível. Tarsila gerou uma memória mais suave em mim. Num momento senti- me quase desligando- me dela. Mas a experiência de métodos distintos ajudam a aguçar nossas percepções frente o novo. Como na outra aula em que também interpretamos e tomamos sua essência como forma para desenhar nossos movimentos.

Att.: Sami Cassiano

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